Abruzzo 3: La Réserve

[1 nov 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

La Réserve: vista do quarto para a reserva florestal (FOTO Pedro Mello e Souza)

A graça estética do Abruzzo tem dois lados: o de fora e o de dentro. Fora, quase 70% da área do estado, que se localiza no calcanhar da bota italiana, é de áreas preservadas pelo governo, que é especialmente atento aos impactos da hotelaria no local. As viagens pelas estradas tortuosas da área montanhosa passam por cidades medievais como L’Aquila e outras ainda menores, como Caramanico Terme, de arquitetura que remete a um filme de Lucchino Visconti. E de terme, a área tem muito, com uma série de spas modernos, explorando as águas quentes e sulfurosas do subsolo. É aí que começa o lado de dentro.


O público, refinado e exigente, exige estilo – e arquitetura. O maior expoente desse mix de serviços e sentidos está no La Reserve. É estação de tratamento sério, de acessos restritos, alguns até pelo cheiro forte de instalações mais afastadas, para tratamentos com indicações médicas. A luz do sol é elemento fundamental até nas encostas mais cinzentas. E os projetos de interiores respeitam esse recurso: todo o parque hoteleiro do Abruzzo é marcado por linhas modernas, de janelas amplas, claraboias e recursos que permitam a luz natural como elemento da decoração.Onde é possível, o transparente substitui o concreto, que fica reservado aos rochedos milenares da paisagem.

 

Garganelle com peixe espada no restaurante do La Réserve (FOTO Pedro Mello e Souza)

No restaurante do hotel, há o bufê de almoço, com o brilho de peixes e legumes, muito frescos, viçosos, suculentos. Antes do jantar à la carte, um espumante no bar – prove o Illuminati -, um papo com o dono, o jornalista e crítico de vinhos Alessandro Bocchetti. No cardápio, massas finíssimas, de beleza natural, que brilha sem recorrer a grandes arquiteturas no prato; o peixe de rio na pedra quente; mais spezzatino de cordeiro; as delicadezas da confeitaria, que combina chocolates e seus ganaches, amêndoas, avelâs.  No copo, peça o Cerasuolo d’Abruzzo da mesma casa citada acima, a Valentini.

 

Não há luxo, mas há refinamento; não há elementos caros, mas há cuidados impagáveis; não há o exótico, mas há o diferente. São as surpresas de uma terra longe dos ícones turísticos europeus, mas que são encantadores na paisagem, na cultura, na hospitalidade e no paladar.

 

Interação com a natureza na arquitetura do hotel (FOTO Pedro Mello e Souza)

 

 


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