A Vidigueira, segundo HMR

[7 mar 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Pousio e Varal, da Herdade do Monte da Ribeira: expressões da Vidigueira (Foto: Pedro Mello e Souza)

A corrida pelo Alentejo foi assim mesmo: corrida. Quinze vinícolas em quatro dias, de alto a baixo da região. E se não conseguimos ir a boa parte da Vidigueira, então boa parte da Vidigueira veio a nós. Foi assim com a HRM, acrônimo nobre da Herdade do Monte da Ribeira. Ali, no bem arrumadíssimo núcleo da Vinhos do Alentejo, o enólogo Nuno Elias mostrou a coleção de vinhos que produz na região, com a consultoria de Luiz Duarte.

 

Há o Varal, de bela acidez, fresco, cítrico, doçura de frutas e nariz de ervas frescas e das flores da região de clima seco, de temperaturas mais elevadas, pelo corte de roupeiro, antão vaz e arinto. No Pousio, duas diferenças: vinhas mais velhas e a substituição de arinto por verdelho. O resultado é um vinho com mais vivacidade e com acidez que já parte da ponta da língua.

 

Os mesmos rótulos, mas com cortes tintos. No Varal, alfrocheiro, aragonez e trincadeira, que dão fruta, acidez e um toque de minerais. “Para manter a elegância da fruta, teríamos de extrair muito, mas perderíamos o equilíbrio”, explica Nuno, didático, sobre a alfrocheiro. E conclui com a sua linha de trabalho: há uma procura por isso, o equilíbrio, com mais elegância e menos músculo, explica sobre o primeiro tinto, que, como o segundo, não passa por madeira.

 

Nuno Elias, Enólogo (Foto: Pedro Mello e Souza)

No segundo, o Pousio, um vinho mais tânico mas também mais sumarento e guloso, com fruta que começa fresca e evolui para chocolates, em uma estrutura que vem a agradando ao mercado complexo, que varia do alemão ao moçambicano. Neste, a syrah entra no lugar do alfrocheiro. “É a grande uva da atualidade do Alentejo, pois suporta bem o calor e a secura”, diz Nuno sobre a uva, mas lançando o alerta: temos de escolher bem a vindima, pois o álcool pode ir além dos 15 graus.

 

O mesmo corte do Pousio está no seu rótulo Reserva, que, aí sim, ganha um estágio de 9 meses de uma madeira que é discreta, pois entra em apenas 60% – o resto, em inox – e não apaga os frescores. “Queremos que a fruta seja o primeiro fator de contato”, diz Nuno. O corpo, a estrutura e as notas de pimentão chagam com o Quatro Caminhos, que ainda não vem ao Brasil, mas já vem amealhando seus prêmios pelo exterior.

 

PRODUTOR: Casa Agrícola Herdade no Minte da Ribeira (HMR)

PAÍS: Portugal

REGIÃO: Alentejo

SUB-REGIÃO: Vidigueira

RÓTULOS: Varal, Pousio, Pousio Reserva, Quatro Cantos

QUEM TRAZ: JobTotal

 

 



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