F de Filipa, P de Pato

[18 jul 2012 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

 

“Ois de Bairro é o Puligny da Bairrada”. Esse é um dos diagnósticos diretos, sem grandes protocolos, a respeito de uma das regiões nobres desta área do centro-norte de Portugal. E é também a característica da enóloga Filipa Pato, proprietária da FP Wines, localizada naquela que é uma das mais delicadas áreas do vinho português. Ela fala o que pensa.

 

É uma empresa em que dá a sua cara à tradição da família Pato e na qual mantém os mesmos recursos seculares – inclusive as uvas originais – da região. Baga para os tintos e bical para os brancos, com a entrada de variedades graciosas como o arinto, o bastardo, a água santa, o alfrocheiro, o cercial e o sercialinho. “Minha relação com essas uvas é muito próxima. Meu filho se chama Fernão. Se fosse menina, seria Maria”, brinca Filipa a respeito da casta fernão-pires, também conhecida como maria-gomes.

 

O resultado é um conjunto de vinhos modernos, que não precisaram apelar para uvas estrangeiras. “Não planto vinhas, aproveito o que está lá – temos um solo e um clima muito especiais e os melhores resultados chegam sempre com o que temos de original”, declarou a enóloga, em evento realizado pela Casa Flora, que importa seus vinhos, que estão obtendo cotações melhores em cada ano, de críticos como Robert Parker e Jancis Robinson.

 

FP Ensaios, novos vinhos, antigas castas, na arte de Filipa Pato (Foto de PMS)

 


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