O Petroleum é nosso

[17 dez 2012 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Wäls Trippel: bronzeada, cítrica, encorpada (FOTO Pedro Mello e Souza)

O nome é belga, mas a marca é brasileiríssima. Mineira, pra ser mais exato, o que mostra como Belo Horizonte está se tornando um dos centros das cervejarias artesanais do Brasil. Experimentei quatro delas, inclusive a polêmica Petroleum. A primeira, a Quadruppel, experimentei na première da carta de cervejas do (sempre ele) Bazzar. Depois, na seleção do que tinha no Il Piccolo Caffè, na Rua do Carmo, em frente à agência em que eu fecho as edições da EatinOut.

 

A vanguarda está no sabor, claro, e no corpo, e no punch, que coloca as variedades da marca ao lado de outras referências nacionais, como a paulista Bamberg, a gaúcha Coruja, a catarinense Bierbaum e a petropolitana St. Gallen. E está também no investimento que faz em três itens de seu processo produtivo. O primeiro, a escolha de maltes modernos, que dão os mesmos equilíbrios entre fruta e amargor que marcam os rótulos americanos modernos.

 

O segundo é o investimento pesado em maturação, que acontece em carvalhos franceses viajados, que passaram por tintos antes de ir para a Escócia, onde absorveram maltes escoceses do envelhecimentos de vários tipos de uísque. O terceiro é o destino dos extratos e subprodutos, que se transformam em forragem de gado, em vez de ir pro lixo.

 

Wäls Petroleum: primeira cerveja do estilo Russian Imperial Stout produzida em escala comercial no Brasil (FOTO Pedro Mello e Souza)

Wäls Petroleum: primeira cerveja do estilo Russian Imperial Stout produzida em escala comercial no Brasil (FOTO Pedro Mello e Souza)

Abaixo, as minhas brincadeiras gustavivas, que serão, em breve, objeto de alegre revisão.

 

Wäls Dubbel

7,5%

Cor escura e de um âmbar acastanhado como a de um mate forte

Nariz rico com caramelos e geléias

Boca tem sabores fortes e travos que lembram o de um café de categoria.

Doce e sem amargos salientes.

Tem uma estrutura mais vertical e com um toque ácido e um ataque picante que lembra o de um refrigerante. É forte e, embora tenha um final delicado não preenche de todo o paladar.

 

Wäls Trippel

9,0%

Bronze claro, turva, opaca.

Nariz de cítrico leve, tangerina e manga.

Na boca, tem mais peso do que a Duppel, apesar de dar frescor. Enche mais na horizontal e sabe o milho.

Na volta, mais milho e alguma coisa de amêndoas. E evolução de malte algum chocolate ao leite.

 

Wäls Quadruppel

11%

Âmbar escuro, belíssimo, de espuma consistente.

Nariz de frutas cozidas, que me lembrou o de um Pedro Ximenez

A boca é untuosa, aveludada e com o peso das frutas, que seguem as do nariz.

 

Wäls Petroleum

12%

Cerveja preta e untuosa. Cai no copo como um café bem tirado.

O travo de chocolate amargo, que é flagrante tanto no nariz quanto na boca se explica:

É a primeira cerveja do estilo Russian Imperial Stout produzida em escala comercial no Brasil, maturada com cacau belga.

 

Wäls Quadruppel: lembra um jerez pedro ximenes na boca e no nariz (FOTO Pedro Mello e Souza)

 

 


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