Photo culinaire

[30 set 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Uma das fotos vencedoras: "O beijo vai deixar suas marcas", de Patrick Rouguereau

Luxo e gastronomia nem sempre viajam juntas. Mas o mais provável é que se encontrem mesmo em Paris. Em maio, especialmente, quando começar a seleção para a quinta edição do Concours International de la Photo Culinaire, um evento que movimenta fotógrafos amadores e profissionais, que movimenta vários pontos de Paris com exposições de painéis gigantescos com as primeiras imagens classificadas. Na próxima edição, o tema é sustentabilidade – “alimentando o planeta; energia para a vida”, como os organizadores divulgaram nesse mês.

 

Na edição passada, o evento contou com 34 fotógrafos de todo o mundo, especializados em gastronomia, muitos deles profissionais de publicidade em busca da exposição que o evento, que já está em sua quarta edição, traz ao um dos mercados mais promissores para esses profissionais: a Alimentação.


Chocolate: uma segunda pele, segundo a fotógrafa Margaret Skinner

E os profissionais foram cintilantes, tanto no brilho que o luxo exige quanto na criatividade e na graça de criações. É o caso da série vencedora, as joias com bagas e temperos, ideias do publicitário Francesco Majo, responsável por editoriais em revistas como Elle, Vogue, GQ e Condé Nast, além de campanhas publicitárias de marcas como Perugina e Nespresso. Ele montou colares com dentes de alhos e outro com cebolas. E criou pulseiras bem femininas com bagas de groselha. “Quase sempre nos esquecemos de que o verdadeiro luxo da gastronomia vem das joias criadas pela terra”, disse o fotógrafo, durante a entrega dos prêmios, em evento com a expectativa de um oscar, com direito a black tie e tapete vermelho.

Joias expostas: colar de alhos (Foto: Francesco Majo)

Finíssimo

 

Um dos luxos do evento ficou por conta de alguns resultados supreendentes. Quem diria, o apuro do über-fotógrafo Francesc Guillaumet, reponsável pelos livros de Ferran Adrià, foi batido pela criatividade do francês Patrick Rougereau. Finíssimo ao retratar movimento das imagens, ele retratou os preparativos para a celebração do tema do concurso. E trouxe um pargo de batom, o make-up de uma maçã e a sensualidade do chantilly, que sempre vemos em um aparelho de barba.


Maçã e chocolate: mais um preparativo para a festa, segundo Patrick Rougereau

Patrimônio Culinário

Quem fala em oscar, fala em categorias. Uma delas, a segunda em importância depois do grande prêmio do júri, é o Patrimônio Culinário. Ali, brilharam, untuosas e elegantes, as confeitarias francesas, nas lentes de Thomas Delhemmes. Nesse caso, ele saiu do estúdio e recorreu às criações do chef-pâtissier Eddie Benghanem, do Trianon, em Versailles, para leva-las aos pontos mais doces do luxo francês: a Ópera, a Ponte Alexandre III e a Pirâmide do Louvre. A alguns passos da própria pirâmide, sua obra estaria exposta, em um dos diversos painéis que o evento espalhou pela cidade, para a exposição ao júri popular, que contou com uma audiência de mais de 350 mil pessoas.

 


Uva com coco

Quem viu os selecionados para a decisão final sentiu bem a dificuldade do presidente do júri, o chef Frédéric Anton, do Le Pré-Catelan, o verdadeiro, no Bois de Boulogne. Mas entre milhares de imagens, ele selecionou duas bem emblemáticas: a terrine de foie gras com nozes e queijo comté, que valeu a Dorian Nieto o prêmio da atualíssima categoria Blogueiros. E um vestido de uvas cobrindo o corpo elegante de um coco, que valeu à dupla Esteban Wautier e Clémence Le Rouzic o prêmio Jovens Talentos.

 

Símbolos regionais

Um dos temas–chave da exposição é o Turismo Culinário. O tema, que tem levado novo vigor ao mercado turístico da França, foi abordado com associações diretas por outro fotógrafo de publicidade, Hubert Taillard, que clicou símbolos de áreas como o Périgord, com suas trufas e vieiras, e a Bretanha das lagostas e suas ostras. Nas criações, Taillard também pegou pesado e trouxe os pratos do medalhado Patrick Jeffroy. Foi assim com o homard breton e o diamante, as cenouras e as pérolas – e as vieiras com o que ele chama de “ouro negro”, as trufas.


Patrimônio: o homard breton de Sylvain Meunier-Colin

 

 

 


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