O sal maquiado

[29 jul 2015 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

O suposto sal do Havaí destruindo meus ovos cozidos com essa pinta de cinza de cigarro. Não tem Havaí nenhum: é produzido por italianos no Chipre (Foto: Pedro Mello e Souza)

 

Sal negro do Havaí? My ass… Fui pesquisar e toda a imagem de um Oceano Pacífico imaculado, virgem e exótico não passa de um raspa extraída de rochas no Chipre por um grupo de italianos. Essa é pra deixar Alexandre, o Grande, rolando no barril em que foi preservado. No mais, isso aí não é nada além de um mero sal de selfie…

 

Até onde eu pude observar, usando, e, depois, pesquisar, o sal do Havaí não é negro – é avermelhado. A tintura é o resto de um micro crustáceo que foi concentrado no processo de cristalização do sal de um leito daquilo que já foi um mar. O que há de resíduo de algo vulcânico – a ilha navega em um mar de lava – deixa o sal púrpura, nunca negro, com essa desagradável aparência de cinza de cigarro que destruiu meu ovo cozido. .

 

Na cozinha, esse sal solta a tintura a que foi submetido e escorre como uma maquiagem em fim de festa. O que me chateia é a coisa do engodo, do storytelling, da historinha para enganar otários. Pesquisar é tudo. Inclusive no site da Borgheria Alimentari, que, na época desse post, tinha essas informações no ar.

 

 


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