O Versace dos espumantes

[7 jan 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Giulio Ferrari 2001, Riserva del Fondatore (Foto: Pedro Mello e Souza)

Já iniciei essa série antes, mas, por conta dos créditos, coisa rara hoje em dia, inauguramos oficialmente o Q.M.A.E.V.F.C.B., iniciais de “Quem me apresentou esse vinho foi a Cristiana Beltrão”. É uma chancela exclusiva, a única que traz, em seu caderno de obrigações, algo que qualquer outro selo de denominação jamais terá: certificação de coisa boa.

 

Graças a essa chancela, carimbada nos primeiros momentos da existência do Bazzar Bubble Bar, foi moleza chegar à degustação que a importadora Decanter promoveu em torno do espumante Ferrari como o único convidado a conhecer, de antemão, o rótulo Giulio Ferrari – Riserva del Fondatore, um dos vinhos italianos mais premiados de todos os tempos. Isso nunca tinha acontecido comigo – não sou conhecedor, sou jornalista, um apurador – mas quem tem Q.M.A.E.V.F.C.B. carimbado no passaporte, não morre pagão.

 

Couberam ao über sommelier Guilherme Correia e ao honorevole Stefano Zanier, as apresentações daquele vinho de elegância e frescor, de estrutura impecável, sem qualquer aresta, sem qualquer amargor, e com paladar de puro caráter champenois, com seus brioches e leveduras quase no dente, reflexos da autólise, que, explicaram, resulta de quase 12 (sim, doze) anos de exposição a mostos e levedos.

 

Esse é um dos rótulos que marcam a entrada da Giulio Ferrari no círculo exclusivo da “Fondazione Alta Gamma”, uma série de produtos italianos de altíssimo padrão, ao lado de referências como Bulgari, Fendi e Versace.

 

No meu círculo pessoal, já tinha entrado, naquele outro dia, no Bazzar, quando testemunhei Celio Alzer, Ricardo Farias e a própria Cris Beltrão batendo o martelo: Riserva del Fondatore batia aquela degustação contra três ícones: Krug Grande Cuvée, Philipponat Clos des Goisses e Pol Roger Cuvée Churchill.

 

Parte do mérito é de Giulio Ferrari, o “fondatore”, como prevê o rótulo, que carregava desde 1902, quando lançou o método champenois na região. A outra parte é dos irmãos Lunelli, que assinam discretamente os rótulos da marca desde que, já cansado de meio século de guerra, Giulio aposentou-se.  Métodos mantidos e respeitosamente aprimorados. Uma última parte, a da Cristiana, que teve a coragem de lançar um rótulo inesperado, em uma carta revolucionária – e na taça!. Alta gama é isso aí.

 

 


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