Abdij, abbeye ou abadia?

[5 jul 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

A marca da abadia no copo da venerável St. Feuillen (FOTO Pedro Mello e Souza @Delirium Café)

Resposta ao título? Depende. abbeye, se for francês,  abdij se for flamengo. Para nós, abadias, mais do que uma classificação venerável, uma grife de (grandes) cervejas belgas ou, em alguns poucos casos, francesas ou holandesas, produzidas pelos monges, trapistas ou não, sempre no rastro da tradição de antigos alvarás e forais que permitiam que as paróquias tivessem alguma forma de sustento. O resultado está aí, cervejas de qualidade enlevada, intensidade venerável, classe monástica, algumas orgulhosas de seu milênio de pesquisas em grãos, maltes, águas, fermentos e  brassagens (galicismo que só Houaiss aceita), além de algum eventual aditivo como frutas e ervas.

 

A produção limitada envolve a dupla (dubbel) ou tripla (tripel) fermentação, que garante acentuação de sabor, corpo, nível alcoólico e, muitas vezes cor, que pode tender ao âmbar ou ir ao vermelho ou marrom claro. A temperatura sugerida para o serviço está entre os 10ºC e os 13ºC. Em casos como o de abadias bem conhecidas do público cervejeiro, como a Orval, a Affligem e a Chimay, está a pista para a harmonia dessas cervejas: os queijos produzidos no mesmo local.

 

Mas a Brewers Association apresenta outras idéias. Para as dubbel, sugerem o prime rib, o pulled pork e os ensopados de carne, do picadinho ao estrogonofe, passando, claro, pelo waterzooi belga. E pudins de leite ou de chocolate. Para as trippel,  valem pratos mais condimentados, como os tailandeses ou os cajun – e um inesperado peru assado. Entre os doces, qualquer uma com aroma de damasco.

 

Chimay e St Feuillen, duas abadias famosas por suas cervejas (FOTO Pedro Mello e Souza)


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