Le Bernardin e os “5 Best” de Nova York

[25 dez 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Este post é a íntegra da matéria publicada pelo caderno ELA Luxo, em O Globo, em que visitamos os cinco melhores restaurantes de linha francesa em Nova York. Os textos com as impressões sobre os demais restaurantes está em:


Eleven Madison Avenue

Per Se

Daniel

Jean Georges

 

Almost raw: pounded tuna, o atum batido em carpaccio (FOTO Pedro Mello e Souza)

Ver um restaurante como o Le Bernardin na lista dos 50 do mundo traz esperança a qualquer coração gourmet. Explico o arroubo: no geral, é o 19º colocado da lista do 50 Best, mas, poucos notaram, é o líder do ranking entre os restaurantes com um serviço normal, à la carte, com o garçom perguntando o que monsieur (en français, bien sûr) quer de entrada, prato principal e uma das sobremesas que devem ser pedidas com antecedência.

 

Outro: é também o mais bem colocado entre os restaurantes dedicados aos frutos do mar.

 

Na mesa, além da elegância do linho, apenas pratos brancos, contraste fundamental para um clássico bem feito, sem instrumentos cirúrgicos, acessórios de dissecação, canudos e pipetas, vulcões fumegantes. Assim chega o carpaccio de atum da foto acima, na forma de uma lâmina contínua, da bela cor vermelha do peixe, com os condimentos quebrando a textura muito lisa do peixe cru.

O bacalhau, em maciez e intensidade fora de série (FOTO Pedro Mello e Souza)

Arraia: firmeza de um peixe pouco explorado (FOTO Pedro Mello e Souza)

Sim, há um menu degustação para quem quiser, mas o melhor do cardápio do Le Bernardin é explorar as suas seções, que dizem muito sobre a delicadeza que deu fama ao restaurante. Há o “Almost Raw”, ou quase cru, para ostras, tartares e o capaccio. Há o “Barely Touched”, para o que foi mal tocado, quase imaculado, com peças como as de polvo ou de truta ligeiramente selados ou levemente cozidos. E há o “Light Cooked”, preparado com leveza.

 

É daí que vieram o black bass, um tipo de cherne, de pele morena e carne gulosa; o bacalhau fresco, quase rosado pela exposição leve ao calor; e a arraia, firme, macia, suculenta. As sobremesas seguem a filosofia do restaurante – tanto chocolate, primoroso, quanto o confeito de frutas vermelhas estão ali no esplendor, mas a arquitetura (Carême não disse que a confeitaria era um ramo da arquitetura?) remete às grandes referências francesas, como o Astrance, o Arpège e, claro, Alain Ducasse.


Atum yellowfin com manjericão e funcho (FOTO Pedro Mello e Souza)

Parfait de chocolate amargo com doce de leite e amêndoas marcona (FOTO Pedro Mello e Souza)

LE BERNARDIN

155 W 51st Street, entre 7a. e 6a. Avenida

New York, NY 10019, Estados Unidos

Reservas: Open Table

Confirmações: +1 212-554-1515

Metrô: 7th. Ave (B,D,E)

le-bernardin.com

 



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